O samba vai muito bem, obrigado

Ano novo, vida nova, diz o célebre ditado. Reflexões do que se fez, do que se poderia melhor fazer, promessas de que se fará ainda melhor.
Seja na vida pessoal, na vida profissional, na vida espiritual, muita coisa pela frente, desafios fazem parte do processo de qualquer um que passe por este andar de baixo.
Na vida musical, alvíssaras…Em nosso País, a MPB vai de vento em popa. Muitos leitores, talvez, devem estar me achando um pouco fora da realidade.
Para evitar confusões, melhor retraduzir a sigla acima. Vamos lá: M de música, P de popular e B de brasileira.
Sei não, acho que não esclareci, pois a gente liga as TVs, sintoniza os canais mais acessados em pesquisa popular (olha o P aí!) e lá encontramos, sempre e exaustivamente, os mesmos artistas que representam a axé miusiqui(?), o sertanejo universitário – ou urbano(?), como citou uma apresentadora global recentemente – o pagode e, eventualmente, o funk e outras novíssimas vertentes que a mídia cria e rotula para consumo.
Pois, então, tais vertentes também fazem parte da sigla MPB, me pressiona o leitor, daí a confusão.
Para, definitivamente, sair dessa, apelo para uma tradução feita pela querida amiga e intérprete brilhante da nossa cidade, a Adriana Gennari, que, em tom professoral, me ensinou que M, claro, vem de música, B, claríssimo, vem de brasileira, mas P vem de ” pra pular”. Música Prapular Brasileira. Basta ver a platéia freqüentadora pulando sem parar, como se estivessem fazendo uma ordem unida de polichinelo, exercício básico de ginástica.
Sinuoso é o percurso para se discernir de uma em relação à outra, se olharmos apenas para o rótulo. Na MPB tradicional, elencados estão a bossa-nova, o forró, o samba. E o samba, atesto pelos minhas andanças por este País, está mais vivo do que nunca.
Rodas e mais rodas de samba se multiplicando no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Araraquara. A rapaziada está chegando junto e querendo saber de tudo a respeito.
Outro dia, na Casa Lima, um garoto de 20 anos – o Bruno Rossi, filho do amigo Peligão, craque de outrora – me pede a vez para cantar, sem nenhuma falha, um samba de breque famoso,
intitulado “Baile no Elite”. A roda se abriu para ele, que deu seu recado magistralmente. É, o samba vai muito bem, obrigado!!!
Publicação original do Jornal Tribuna Impressa - 3 fev 2011.